quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Para que um 'Ano da Fé' ?


No Evangelho de São Lucas 4,19, Jesus, começando Seu ministério, vai à Sinagoga como era do Seu costume em dia de sábado, e proclama que veio cumprir a profecia dada por Isaías e proclamando um ano de graça. Na linguagem bíblica, isso significa um Kairós, um ano da graça de Deus.
A força do anúncio cristão se baseia não somente na dimensão do perdão dos pecados da pessoa, mas na salvação de todo homem. Isso nos dá a dimensão de que o Cristianismo, não para simplesmente numa mudança de comportamento moral, mas num projeto de vida, que parte de um encontro pessoal com Jesus Cristo.
Aqui, entramos no centro do ‘Ano da Fé’, desejado por Bento XVI, quando devemos favorecer um constante encontro pessoal com Jesus Cristo, o qual cria em nós a fé. Mas para que serve o ‘Ano da Fé’? Como podemos vivê-lo?
Começamos a responder essas perguntas na certeza de que o ‘Ano da Fé’ têm como centro desejado redescobrir o caminho que nos leva a Jesus e a nossa Identidade cristã. Uma coisa leva à outra.
Veja que não falamos de descobrir, mas redescobrir, ou seja, algo que já foi descoberto, mas se perdeu devido a tantas situações. Qual é o caminho que nos leva a Jesus? A resposta é justamente a redescoberta da nossa própria identidade cristã, a qual, como já foi dito acima, não é apenas uma atitude moral, mas parte de um encontro pessoal com o Senhor. Toda nossa vida se volta a esta realidade; não somente a um cumprimento de ritualismos. Ser cristão com uma identidade cristã é saber agir como Cristo agiria em todas as situações da vida. Isso só acontece a partir de uma fé que nasce de um encontro pessoal com a Pessoa d’Ele.
Para viver bem este ‘Ano da Fé’, três ações devem ser colocadas em comunhão: crer, celebrar e viver. Aqui paramos diante daquilo que vivemos.
E o que será este ‘Ano da fé’? Seguramente será um ano de muitas graças e bênçãos para todo o Povo de Deus, mas também será um tempo de muita provação, na qual a nossa fé será colocada em jogo devido a todo um sistema contra a fé e contra o Cristianismo. Porém este ano da fé, cada um de nós espera um verdadeiro testemunho e anúncio. de Jesus
O mundo precisa de cristãos santos que sabem anunciar com a própria vida e com as próprias palavras. O que será este Ano da Fé? Somente uma pessoa de fé conseguirá sair dele com a fé ainda mais sólida, pois o justo viverá pela fé.
Sacerdote da Comunidade CN Roma Padre Anderson Marçal

Voluntários JMJ - Prazo para inscrever-se como voluntário é prorrogado

Mais uma chance para você que ainda não se inscreveu! O prazo para inscrever-se é prorrogado em 15 dias. O cadastro pode ser feito de pessoas com mais de 18 anos ou que completam esta idade até o dia do evento. 

O maior evento do mundo é feito com você e por você, servir como voluntário da Jornada Mundial da Juventude é uma honra!

Cadastre-se pelo site: www.rio2013.com/pt/voluntarios

Devido à grande procura dos últimos dias, o Setor Voluntários do Comitê Organizador Local (COL) prorrogou as inscrições dos voluntários até o dia 15 de fevereiro. A partir desta data, a documentação dos novos selecionados será organizada e eles serão divididos por equipes.
De acordo com o Setor, os voluntários poderão trabalhar nos locais de hospedagem dos peregrinos, nos pontos de informação espalhados pela cidade, na organização dos eventos durante a JMJ, nos atos culturais, catequeses, tradução, serviços de saúde, comunicação, setor administrativo, entre outros. A divisão por equipes deverá ser finalizada até abril, quando os voluntários receberão um e-mail do Setor com as informações necessárias para a execução do serviço durante o encontro da juventude com o papa Bento XVI.
O Setor lembra ainda a importância do envio da documentação no prazo previsto para que a seleção dos voluntários seja validada. Isso se refere especificamente aos voluntários nacionais e internacionais. O prazo para envio da documentação está previsto no e-mail de confirmação que todos receberam. Sem essas informações não é possível completar o cadastro final, invalidando o processo

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Onde estava Deus? - Jovens de Santa Maria



Uma tragédia sempre nos desinstala e nos provoca diversas reações. Vamos de juízes a promotores, da compaixão à indignação. Realmente, o que muitos pensam, mas poucos verbalizam é: “Onde estava Deus”?

Neste fim de semana, o Brasil, senão o mundo, foi abalado pela tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Eu me pergunto: “Onde estava Deus? Por que o silêncio? Como Ele pôde tolerar tal destruição?” Só de pensar que foram as mesmas perguntas que o Papa Bento XVI fez, em 2006, quando visitou Auschwitz fico mais tranquilo e não me julgo ateu diante de perguntas que nos tiram o fôlego e nos lançam a dois sentimentos: indignação ou abertura ao mistério.

Nessa hora, escolho a abertura ao mistério de Deus, pois não podemos penetrar em Seus segredos, apenas tateamos os fragmentos de uma tentativa de compreensão. Nesta hora, prefiro escolher o lugar de Santa Maria, a qual, diante da tragédia, olhou com confiança para um Deus que tem o controle de todas as coisas, um olhar que se lança para uma eternidade feliz no Senhor.

Não quero assumir o juiz da situação e dizer: “O que eles faziam ali? Q que queriam? O que, o que?” Não! Não quero ser um dedo que aponta, mas um braço que acolhe e diz: “Há esperança mesmo que tudo seja ruína”. Prefiro o mistério a acusação, ou ser como alguém metido a 007, tentando achar algum culpado.

O Deus, no qual nós cremos, é o Senhor da razão que, certamente, não é uma matemática neutra do universo por teoremas do tipo A+B=AB. Ele é só amor, só o bem.

Não tenho dúvidas de que aquelas centenas de jovens tinham um desejo profundo de Deus, queriam ser felizes de verdade; neles, existiam sonhos e esperanças. A fumaça não sufocou o desejo por felicidade apenas, mas vidas que tinham tudo para dar certo.

Diante da pergunta inicial – Onde estava Deus? -, fico com a resposta que também é uma pergunta: Onde eu estou nesse mundo? O que estou fazendo para que o maior número de jovens entenda que só Deus sacia o desejo pela felicidade?

Hoje, preciso fazer a diferença muito mais do que ontem. Onde o Senhor precisa estar é lá que ele conta comigo para estar. Preciso fazer a diferença!

Santa Maria, aos pés da cruz, não estava indignada com Deus por Ele ter permitido que o Filho ali morresse, mas o coração dela estava tomado pela certeza de que ali começava uma nova história de eternidade.

Que seja a Santa Mãe de Deus a consolar tantas famílias que, agora, choram. Que ela mesma possa nos fazer olhar para um Pai que só sabe amar.
Santa Maria rogai por nós!

Adriano Goncalves

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fé, uma resposta a Deus

Como podemos responder a Deus quando Ele nos aborda?

Responder a Deus significa crer nEle. 142-149

Quem deseja crer precisa de um coração que escuta. Deus procura o contato conosco de múltiplas formas. Em cada encontro humano, em cada experiência da Natureza que nos toca, em cada aparente acaso, em cada desafio, em cada sofrimento... Deus deixa-nos uma mensagem escondida. Ele fala-nos ainda mais claramente quando Se dirige a nós pela Sua Palavra ou pela voz da consciência. Ele trata-nos como amigos. Por isso, também nós, como amigos, devemos corresponder-Lhe, crendo e confiando totalmente n'Ele, aprendendo a conhecê-L'O cada vez melhor e a aceitar sem reservas a Sua Vontade.
Leia o capítulo 3 da primeira parte do Youcat


Amigos, estamos no ano da fé, tempo para sairmos das "beiradas" e aprofundarmos a nossa fé. Muito se fala na Palavra de Deus sobre FÉ, sem ela não se pode agradar a Deus, é dom de Deus, a maior das nossas vitórias, é ter aquilo que ainda não se vê...
 Muito se fala por aí sobre fé e, na maioria das vezes, esta fé não se parece com a fé que a Palavra de Deus fala. Se não estivermos firmes, enraizados, sabendo do que cremos, nossa fé vai se corroendo, passamos a não ser mais uma pessoa de oração, nossa força para buscar a Deus vai acabando e vamos morrendo espiritualmente. Esse não é o desígnio de Deus para nós!
A fé é dom de Deus, e se você acha que não tem, peça a Deus, que com alegria, Ele dá! Ela está em nós, mas pensamos que só deve ser usada nos tempos mais difíceis, na hora da dificuldade, quando algo não tem solução... 
O Ano da Fé quer nos dar este grande ensinamento. Fé é muito mais que rezar na hora da dificuldade, é um caminho a ser percorrido, é um jeito de viver que faz  toda a diferença! 

"Na fé ecoa o eterno presente de Deus, que transcende o tempo, mas que só pode ser acolhida no nosso hoje, que não torna a repetir-se. Por isso, julgo que a coisa mais importante, especialmente, numa ocasião tão significativa como a presente, seja reavivar em toda a Igreja aquela tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo." disse o Papa Bento XVI na abertura do Ano da Fé.
Não podemos deixar este ano passar sem aproveitá-lo, é tempo de buscar a Deus, aprender a rezar mais e melhor.

O nosso blog, nas suas postagens, páginas e twitter, já tem como missão nos tirar de uma fé "rasa". Aqui iremos dar algumas dicas sobre fé. E assim, vamos juntos, edificar a nossa fé n'Aquele que é a razão da nossa fé. 
#FiqueDeOlho  #AnoDaFé

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Preguiça


Imagem de Destaque



O trabalho mais duro do mundo é não fazer nada




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O trabalho não é uma penalidade, mas uma colaboração. 

Após o pecado ter entrado na nossa história, Deus impôs ao homem “a lei severa e redentora do trabalho”, como disse Paulo VI. “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado” (Gn 3,19). A partir da tragédia do pecado original, o trabalho passou a ser um veículo redentor para o homem, além de ser o meio pelo qual ele é chamado a ser cooperador de Deus na obra da construção do mundo.

Michel Quoist disse que “o trabalho não é uma punição, mas uma honra que Deus concede aos homens. O Pai não quis acabar sozinho a criação, por isso convida Sua criatura a colaborar com Ele”.

O Senhor derrama Sua graça sobre aquele que trabalha com diligência. Este caminha para a perfeição. Não foi sem razão que Confúcio disse certa vez: “Deus colocou o trabalho como sentinela da virtude”.

O trabalho traz para o homem uma misteriosa e agradável recompensa que ninguém e nada pode tirar. O trabalho sério imprime, na própria matéria, o espírito, e isto glorifica o Criador. Se com humildade oferecemos a Ele o nosso trabalho, este adquire um valor eterno. Assim, o temporal se transforma em eterno; e esta é a grande recompensa do trabalhador. Esta reflexão nos deixa entrever todo o mal da preguiça. Nenhum bem valioso e nenhuma virtude autêntica podem ser conquistadas sem o trabalho diligente e paciente.

Lamentavelmente, criou-se também entre nós católicos a triste cultura de se “ganhar a vida na sorte”, recorrendo-se às “senas” milionárias e às loterias alienantes. Esta não é a vontade de Deus para o homem sobre a Terra. “Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”, “quem não quiser trabalhar, que não coma”, esta é a lei santa, severa e redentora do Senhor. Querer viver sem trabalho é como desejar a própria maldição nesta vida. Nos momentos mais críticos da vida é o trabalho a tábua da salvação para todos nós. 

Assista: Salette Ferreira medita sobre a preguiça:



Facilmente percebemos quantos males sociais advém do ócio e da preguiça. Para compreender a sua gravidade ela é classificada como um “pecado capital”. 

Temos de entender a dignidade e a importância do trabalho humano no plano de Deus. São Paulo disse aos tessalonicenses: “Procurai viver com serenidade, trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado. É assim que vivereis honrosamente em presença dos de fora e não sereis pesados a ninguém”. (1Ts 4,11-12)

É tão importante o trabalho para o homem que o Talmud dos judeus diz: “Nenhum trabalho, por mais humilde que seja, desonra o homem”. E ainda: “Não ensinar ao filho a trabalhar é como ensinar-lhe a roubar”. E uma máxima rabínica dizia que “o trabalho mais duro do mundo é não fazer nada”.

O nosso grande João XXIII, de inesquecível memória, o gigante do Vaticano II, disse certa vez: “O trabalho deve ser concebido e vivido como vocação e missão, como tributo à civilização humana”.

A maior parte da nossa vida transcorre no trabalho de cada dia; seja ele braçal ou mental, doméstico ou empresarial, profissional ou particular. E o trabalho foi colocado em nossa vida por Deus como um meio de santificação. Para nos mostrar sua importância fundamental, Jesus trabalhou até os trinta anos naquela carpintaria humilde e santa de Nazaré. E para nos mostrar que todo trabalho é importante, Ele assumiu o trabalho mais humilde, o de carpinteiro, que era desprezado no Seu tempo. São Bento de Núrcia tomou como lema da vida dos mosteiros “Ora et Labora!” (Reza e Trabalha!).

O nosso Catecismo ensina que: “O trabalho não é uma penalidade, mas a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível” (CIC, §378). Falando da vida oculta de Jesus na família, quando de Sua visita à Terra Santa, o Papa Paulo VI disse em Nazaré: “ (…) uma lição de trabalho. Nazaré, ó casa do “Filho do Carpinteiro”, é aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei severa e redentora do trabalho humano (…)” (05/01/1964).

O Fundador do “Opus Dei”, o Beato Monsenhor Escrivá de Balaguer, dizia: “enquanto houver homens sobre a terra, por muito que se alterem as técnicas de produção, haverá sempre um trabalho humano que os homens poderão oferecer a Deus, que poderão santificar”. São Paulo disse aos coríntios: “Quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, façais tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31). Se até o simples comer e beber devem dar glória a Deus, quanto mais o trabalho! Aos colossenses São Paulo explica mais claro ainda: “Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3,17).

É preciso notar bem esse “tudo quanto fizerdes”; nada fica de fora, nada é profano na nossa vida. Tudo deve ser feito, sem preguiça e sem lamúria, “em nome do Senhor”, isto é,“Nele” e “por Ele” para dar graças ao Pai.

Um pouco adiante, o apóstolo insiste novamente: “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo” (Cl 3,23).

“Fazei-o de bom coração”, quer dizer, fazer com amor e não por interesse; e “como para o Senhor não para os homens.”

Aqui está o ponto mais importante. Tudo o que fazemos deve ser feito “para o Senhor” sem preguiça e sem reclamação para não perdermos o mérito da boa ação. Não importa o que seja, se é grande ou pequeno, deve ser feito tendo o Senhor como “Patrão”. Se você é lavadeira, então lave cada camisa ou cada calça com todo o capricho, como se o próprio Jesus fosse vesti-las. Se você é professor, prepare bem a sua aula, ministre-a com capricho e sem preguiça, como se Jesus fosse um aluno que quer aprender. Se você é um médico, atenda cada paciente sem preguiça e sem má vontade, como se o próprio Jesus fosse o doente.

“Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor.”
Foto
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do 
autor: www.cleofas.com.br

18/01/2013 - 08h00
Fonte: Blog Canção Nova   http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13058

Imbecis sem Deus

A estupidez, afirma Voegelin, sempre foi um fenômeno reconhecido pelas civilizações antigas: o nabal (tolo) em hebraico, o amathes (homem irracionalmente ignorante) platônico, o stultus (tolo) de Tomás de Aquino. Todos os três criadores da desordem na sociedade em razão da “imagem defeituosa da realidade” com a qual enxergam a existência.

Qual o objetivo da filosofia política? Segundo o professor Olavo de Carvalho, é o de “iluminar intelectivamente a experiência da ordem (ou desordem) político-social”. E desde os tempos de Sócrates, Platão e Aristóteles o esforço explicativo da filosofia política foi balizado pelas “duas outras ordens que, com ela (com a ordem política e social) compõem a estrutura integral da realidade: a ordem cósmica ou divina (do natural ao sobrenatural) e a ordem interior da alma tal como o filósofo a descobre e a realiza em si próprio mediante a participação consciente na sociedade e no cosmos”.
Nos livros Jardim das Aflições, O Imbecil Coletivo, e em seu site pessoal, o professor Olavo publicou imagem que mostra a articulação das três ordens que compõe a estrutura integral da realidade:

cruz
Uma filosofia política deve, então, estudar e esclarecer o “mundo” humano, mas sem se esquecer, no entanto, do resto da realidade, ou seja, da alma individual, do “mundo” natural e, claro, de Deus.
Não precisamos imaginar o que aconteceria com a análise da política se Deus fosse deixado de lado, pois é exatamente o que acontece no mundo Ocidental desde pelo menos o século XVII. Se nas concepções clássicas e cristã “a substância da ordem consiste na homonoia de seus membros”, ou seja, se os indivíduos “são membros da sociedade na medida em que participam do nous, no sentido clássico, ou do logos, no sentido cristão”, a partir de Hobbes o summum malum substitui o summum bonum divino na hierarquia do ser.[1]
A consequência dessa substituição do summum bonum pelo summum malum é o que Eric Voegelin chamou de “redução ontológica”: numa busca desesperada por peças de reposição para o nous e o logos (tentativa que Voegelin chama de “sucedâneos ontológicos para a ordem”), os “filósofos” foram “resvalando hierarquia abaixo” da estrutura do ser.
Partiram de Deus (concepção clássica e cristã) e aterrissaram de cabeça nos fluidos dos impulsos biológicos (psicologia do inconsciente de Freud), passando pela guilhotina da razão (iluministas),se embrulhando na inteligência pragmática, abraçando a utilidade (John Stuart Mill e utilitaristas), sendo esmagados pelas forças de produção (Karl Marx) e pelos determinismos raciais (Gobineau).
A descrição, análise e preocupação com o fenômeno da “perda de Deus” – e as conseqüências dessa perda – são parte importante das obras de Olavo de Carvalho e Eric Voegelin. Dentre elas está o fenômeno deestupidificação ou idiotização pelos quais passam os indivíduos e sociedades.
Voegelin começa a explicar a estupidez humana com a pergunta: o que é o homem? Segundo o filósofo, duas respostas foram delineadas por duas civilizações que tiveram experiências distintas sobre o que é o homem: as resposta helênica e resposta israelita.
Os filósofos gregos do período clássico experienciaram o homem como sendo um ser constituídos pela razão (nous). Os israelitas, o experienciaram como sendo “o ser a quem Deus dirige a sua palavra, ou seja, como um ser pneumático que está aberto à palavra de Deus”[2]. Na perspectiva greco-hebraica, o homem é, pois, constituído de razão e espírito.
Mas o que significa existir constituído pela razão e pelo espírito, pergunta Voegelin. Significa que, tanto a experiência da razão, feita pelos gregos, quanto a do espírito, feita pelos judeus, mostram que o homem tem uma experiência de si mesmo como um ser que não existe por si mesmo, ou seja, existe em um mundo já dado; mundo que existe “em razão de um mistério”; mistério que é a causa do ser do mundo; mundo do qual o homem é um componente. E o nome dessa causa misteriosa é Deus.
Os conceitos methexis participatio, grego e latino, respectivamente, significam participação no divino. A primeira é um “sair de nós mesmos em direção ao divino”, à Sabedoria, por meio da razão; a segunda é o “encontro amoroso através da palavra”, do Logos, por meio do espírito, da revelação. E é nessa participação no divino que a dignidade específica do homem reside, conclui Voegelin; nossa dignidade está no fato de sermos “teomórficos” (grego), de sermos a “imagem de Deus” (judaísmo e cristianismo)[3].
A “perda de Deus” é, ao mesmo tempo, uma negação da participação do ser humano no divino. E como é essa participação a constituição essencial do homem, a desdivinização é acompanhada, necessariamente, de um processo de desumanização. Conseqüência de “um fechamento deliberado de si mesmo para o divino”, a desdivinação provoca a “perda da realidade”, já que Deus é o “fundamento do ser”, é a possibilidade de tudo o que existe[4].
Perdida a experiência da realidade divina, do fundamento do ser, os indivíduos e as sociedades tornam-se incapazes de orientar corretamente sua atuação no mundo, tornando-se, assim, estúpidos, imbecis.
A estupidez, afirma Voegelin, sempre foi um fenômeno reconhecido pelas civilizações antigas: o nabal (tolo) em hebraico, o amathes (homem irracionalmente ignorante) platônico, o stultus (tolo) de Tomás de Aquino. Todos os três criadores da desordem na sociedade em razão da “imagem defeituosa da realidade”[5] com a qual enxergam a existência.
Numa aula em que aborda a filosofia de Santo Agostinho, Olavo de Carvalho expressa sua posição sobre o fenômeno da imbecilidade; posição muito similar a de Voegelin:
O ser humano emerge para dentro da vida a partir de um fundo que lhe permanece desconhecido, mas que continua dentro de si como um componente problemático. Então o homem é aquele que se pergunta sobre o seu fundamento. Isto já estava dito nos gregos. Platão colocava que o homem que não tem esta interrogação sobre o fundamento da sua existência era chamado amathes (mathes, da raiz “saber”), o homem sem saber, sem sabedoria. Amathes pode ser traduzido como “homem estúpido” (ou idiota, ou imbecil).
(Quando publiquei um livro chamado O Imbecil Coletivo, todo mundo só pensou que era insulto. Não! O conceito de “imbecil” é um conceito filosófico que tem uma tradição de 2.400 anos. É um conceito perfeito...Não, não estou brincando! É uma coisa perfeitamente delineada, que tem um imensa bibliografia, que vai desde Platão até o século XX, quando se tem estudos sobre isso. Há o famoso estudo de Robert Musil, Über die Dummheit. Dummheit é um palavra até mais...até pelo som se vê. Esse “dum” quer dizer que o sujeito é um negócio fechado, sem nenhum interesse, é maciço. Dummheit só pode ser estupidez maciça. Esse é um livro de trinta páginas, absolutamente maravilhoso, continuação de uma tradição).
Então, quando um filósofo fala da imbecilidade ou da estupidez, ele sabe do que está falando. É um fenômeno gravíssimo da constituição humana que se manifesta pelo desinteresse pelo fundamento. O fundamento é aquilo que está dentro de você e que o transcende, é a parte misteriosa, é o apeíron, o indefinido que está embaixo e dentro de você, e acima também. Quando você se fecha para este fundo, quando não quer mais saber dele, fechou-se só naquilo que constitui você mesmo tal como você está; fechou-se no mesmo. “Mesmo”, em grego, é idios, então você se tornou um idiotes, que é um indivíduo que só sabe do mesmo, que não conhece aquela alteridade, aquele outro, aquele fundamento abissal que existe dentro dele. Só sabe dele mesmo, daquilo que ele mesmo pôs no circuito dele mesmo. Tudo o que constitui sua verdadeira realidade e que vem de fora, vem de cima e vem de baixo, vem do infinito, para ele não existe. Então, é evidente que é um idiota! Ele não sabe onde está! [6]
A perda de Deus desorientou tanto a ordem política e social do Ocidente quanto àqueles que deveriam elucidar e explicar essa ordem, ou seja, os filósofos políticos. As tentativas de explicar a mixórdia dos últimos séculos são elas mesmas mixórdias. E assim, montados sob os ombros de falsos gigantes tornamo-nos imbecis sem Deus. Na teoria e na prática.     

Notas:

[1] VOEGELIN, Eric. Bases morais necessárias à comunicação em uma democraciahttp://migre.me/cMsX9
[2] VOEGELIN, Eric. Hitler e ao alemães.. 1.ed, São Paulo, É Realizações, 2008, p.117.
[3] Op.cit, 2008, p.118.
[4] Op.cit, 2008, p. 119.
[5] Op.cit, 2008, p. 121.
[6] CARVALHO, Olavo. História Essencial da Filosofia, v.10, Santo Agostinho1ed., São Paulo, É realizações, 2003, p.26-27.

AUTOR:  Luiz Felipe Adurens Cordeiro é sociólogo e jornalista.
Fonte: Site Mídia sem Máscara 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Evangelho de hoje


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 1, 40-45
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças, entre o povo (Mt 4, 23)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:

Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: "Se queres, tens o poder de curar-me". 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: "Eu quero: fica curado!" 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!" 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor

Comentário ao Evangelho do dia feito por Beato João Paulo II
Papa - (1920-2005), 
Homilia aos jovens

«Jesus estendeu a mão e tocou-o»

O gesto afectuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos para os reconfortar e curar, tem a sua expressão plena e misteriosa na Sua Paixão. Torturado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação, pela coroação de espinhos, pela crucifixão, abandonado por aqueles que esqueceram o bem que Ele lhes tinha feito, na Sua Paixão Jesus identifica-Se com os leprosos. Torna-se Sua imagem e símbolo, como o profeta Isaías intuíra ao contemplar o mistério do Servo do Senhor: «Vimo-lo sem beleza nem formosura, desprezado e evitado pelos homens, como homem [...] diante de qual se tapa o rosto. [...] Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado» (Is 53,2-4). Mas é precisamente das feridas do corpo torturado de Jesus e do poder da Sua ressurreição que brotam a vida e a esperança para todos os homens atingidos pelo mal e pela enfermidade.

A Igreja sempre foi fiel à sua missão de anunciar a palavra de Cristo, unida a gestos concretos de misericórdia solidária para com os mais humildes, para com os últimos. Ao longo dos séculos, tem havido um crescendo de dedicação impressionante e extraordinária às pessoas afectadas pelas doenças humanamente mais repugnantes. A história põe claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo fez escola, e deu muitos frutos em actos de solidariedade, de dedicação, de generosidade e de caridade desinteressada.

Fonte: Arautos do Evangelho.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Evangelho do dia


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 1, 21-28
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2, 13)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:
21Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24"Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus". 25Jesus o intimou: "Cala-te e sai dele!" 26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: "Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!" 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galileia.
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Jerónimo 
Presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja - (347-420)
Homilias sobre o Evangelho de Marcos, nº 2

«Cala-te e sai desse homem»

«Jesus repreendeu-o, dizendo: "Cala-te e sai desse homem"». A verdade não tem necessidade nenhuma do mentiroso. «Não vim para que o teu testemunho Me confirmasse, mas para te expulsar daquele que Eu criei [...]; Não tenho necessidade do reconhecimento daquele que bani. Cala-te! Que o teu silêncio seja o Meu louvor. Não quero ser louvado pela tua voz, mas pelos teus tormentos; o teu castigo é o Meu louvor [...] "Cala-te e sai do homem!"» É como se dissesse: «Sai da Minha casa; que fazes tu na Minha habitação? Eu quero entrar: Por isso, cala-te e sai do homem, deste ser dotado de razão. Sai do homem! Deixa essa morada que Eu preparei para Mim! O Senhor quer a Sua casa, sai deste homem» [...]
Vede a que ponto a alma do homem é preciosa. O que contraria os que pensam que os homens e os animais têm uma alma idêntica e que somos animados pelo mesmo espírito. Noutra altura, o demónio foi expulso de um só homem e foi enviado para dois mil porcos (cf Mt 8,32): aquilo que era precioso foi salvo, e o que era vil, perdido: «Sai do homem, vai para os porcos. [...] Vai para onde quiseres, vai para os abismos. Deixa o homem que é Minha propriedade. [...] Não te vou deixar possuir o homem pois seria para Mim um ultraje instalares-te nele em Meu lugar. Assumi um corpo humano, vivo no homem: essa carne que possuis faz parte da Minha carne: sai deste homem!»

Fonte: Arautos do Evangelho.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Bento XVI: O Batismo nos une profundamente e para sempre com Jesus



Vaticano, 13 Jan. 13 / 02:09 pm (ACI).- Ao celebrar na manhã deste domingo aMissa pela Festa do Batismo do Senhor, ocasião em que batizou 20 bebês na Capela Sistina, o Papa Bento XVI assinalou que o que se produz no Batismo é a união “de modo profundo e para sempre com Jesus”.

Ao ser batizados, indicou o Santo Padre, os cristãos estão “imersos” na morte do Jesus, “que é fonte de vida, para participar de sua ressurreição, para renascer a uma vida nova”.

“O prodígio que hoje se repete também para as vossas crianças: recebendo o Batismo, esses renascem como filhos de Deus, participantes da relação filial que Jesus tem com o Pai, capaz de dirigir-se a Deus chamando-O com plena segurança e confiança: “Abbá, Pai””.

O Papa assinalou que “inseridos nesta relação e libertados do pecado original, esses se tornam membros vivos do único corpo que é a Igreja e são capazes de viver em plenitude a sua vocação à santidade, de forma que possa herdar a vida eterna, obtida a partir da ressurreição de Jesus”.

“no sacramento do Batismo que daqui a pouco administrarei a estes bebês se manifesta de fato a presença viva e operante do Espírito Santo que, enriquecendo a Igreja com novos filhos, a vivifica e a faz crescer, e com isso não podemos não nos alegrar”.

O Santo Padre assinalou que “a história evangélica do batismo de Jesus, que hoje ouvimos segundo a narração de São Lucas, mostra o caminho de redução e humildade que o Filho de Deus escolheu livremente para aderir ao desígnio do Pai, para ser obediente à sua vontade de amor para o homem em tudo, até o sacrifício na cruz. Tornado então homem, Jesus inicia o seu ministério público indo para o rio Jordão para receber de João um batismo de arrependimento e de conversão. Acontece aquilo que aos nossos olhos poderia parecer paradoxal”.

“Jesus precisou de arrependimento e conversão? Certamente não. No entanto, propriamente Aquele que é sem pecado coloca-se entre os pecadores para fazer-se batizar, para cumprir este gesto de penitência; o Santo de Deus se une a quantos se reconhecem necessitados de perdão e pedem a Deus o dom da conversão, isso é, a graça de voltar-se a Ele com todo o coração, para ser totalmente seu”.

“Jesus quer colocar-se do lado dos pecadores, fazendo-se solidário com esses, exprimindo a proximidade de Deus. Jesus se mostra solidário conosco, com o nosso esforço de nos convertermos, de deixar os nossos egoísmos, de separar-nos dos nossos pecados, para dizer-nos que se O aceitamos na nossa vida, Ele é capaz de levantar-nos e nos conduzir a Deus Pai”, enfatizou o Pontífice.

“O que acontece no momento em que Jesus se deixa batizar por João? Diante deste ato de amor humilde da parte do Filho de Deus, se abrem os céus e se manifesta visivelmente o Espírito Santo sobre forma de pomba, enquanto uma voz do alto exprime a complacência do Pai, que reconhece o Filho unigênito, o Amado. Trata-se de uma verdadeira manifestação da Santíssima Trindade, que dá testemunho da divindade de Jesus, do seu ser o Messias prometido, Aquele que Deus mandou para libertar o seu povo, para que seja salvo”.

“Realiza-se assim a profecia de Isaías que ouvimos na Primeira Leitura: o Senhor Deus vem com poder para destruir as obras do pecado e o seu braço exerce o domínio para desarmar o Maligno; mas tenhamos em mente que este braço estendido na cruz e que o poder de Cristo é o poder Daquele que sofre por nós: este é o poder de Deus, diferente do poder do mundo; assim vem Deus com poder para destruir o pecado”, disse Bento XVI aos fiéis presentes na Capela Sisitina. 

“Realmente Jesus age como o bom Pastor que apascenta o rebanho e o reúne, para que não seja disperso (cfr Is 40,10-11), e oferece a sua própria vida para que tenha vida. É pela sua morte redentora que o homem é libertado do domínio do pecado e é reconciliado com o Pai; é pela sua ressurreição que o homem é salvo da morte eterna e é feito vitorioso sobre o mal”, explicou o Pontífice.

O Papa indicou aos pais que “no solicitar o Batismo para os vossos filhos, vós manifestais e testemunhais a vossa fé, a alegria de ser cristãos e de pertencer à Igreja. É a alegria que vem da consciência de ter recebido um grande presente de Deus, a fé precisamente, um presente que nenhum de nós pôde merecer, mas que nos foi dado gratuitamente e ao qual respondemos com o nosso “sim”. 

“É a alegria de reconhecer-nos filhos de Deus, de descobrir-nos confiados às suas mãos, de sentir-nos acolhidos em um abraço de amor, do mesmo modo que uma mãe apoia e abraça o seu filho. Esta alegria, que orienta o caminho de cada cristão, é baseada em um relacionamento pessoal com Jesus, um relacionamento que orienta toda a existência humana. É Ele de fato o sentido da nossa vida, Aquele sobre o qual vale a pena ter fixo o olhar, para ser iluminados pela sua Verdade e poder viver em plenitude”, assinalou Bento XVI.

“O caminho de fé que hoje começa para estas crianças se baseia por isso em uma certeza, sobre a experiência de que não há nada maior que conhecer Cristo e comunicar aos outros a amizade com Ele; somente nesta amizade revela-se verdadeiramente o grande potencial da condição humana e podemos experimentar isso que é belo e que liberta”. 

“Quem fez esta experiência não está disposto a renunciar à própria fé por nada neste mundo”, destacou também o Santo Padre.

Aos padrinhos e madrinhas dos neófitos o Papa afirmou: “a importante tarefa de apoiar e ajudar o trabalho educativo dos pais, estando ao lado deles na transmissão da verdade da fé e no testemunho dos valores do Evangelho, no fazer crescer estas crianças em uma amizade sempre mais profunda com o Senhor. Saibam sempre oferecer a elas o vosso bom exemplo, através do exercício das virtudes cristãs”.

O Santo Padre recordou que “não é fácil manifestar abertamente e sem compromissos isso em que se crê, especialmente no contexto em que vivemos, diante de uma sociedade que considera sempre fora de moda e fora de tempo aqueles que vivem da fé em Jesus”.

“Na esteira dessa mentalidade, pode estar também entre os cristãos o risco de entender o relacionamento com Jesus como limitante, como algo que mortifica a própria realização pessoal”. 
“Deus é visto como o limite da nossa liberdade, um limite a eliminar a fim de que o homem possa ser totalmente ele mesmo”, disse o Papa citando o seu livro A infância de Jesus

“Mas não é assim! Esta visão mostra não ter entendido nada do relacionamento com Deus, porque propriamente mão a mão que se procede no caminho da fé, se compreende como Jesus exerce sobre nós a ação libertante do amor de Deus, que nos faz sair do nosso egoísmo, de ser transformados em nós mesmos, para nos conduzir a uma vida plena, em comunhão com Deus e aberta aos outros”.

O Santo Padre também indicou que a água com a que “estes meninos serão marcados no nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo, imergirá-os nessa ‘fonte’ de vida que é Deus mesmo e que os fará seus filhos verdadeiros”.

“A água com a qual estas crianças serão marcadas em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo as imergirá naquela “fonte” de vida que é o próprio Deus e que as tornará seus verdadeiros filhos. E a semente das virtudes teologais, infundida por Deus, a fé, a esperança e a caridade, sementes que hoje são colocadas no coração delas pelo poder do Espírito Santo, deverão ser alimentadas sempre pela Palavra de Deus e pelos Sacramentos, de forma que estas virtudes do cristão possam crescer e atingir a plena maturidade, para fazer de cada uma delas um verdadeiro testemunho do Senhor”, concluiu. 

Fonte:  AO DIGITAL - http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24689

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013



Adoração dos Reis Magos. Beato Angelico
Adoração dos Reis Magos. Beato Angelico
Em 6 de janeiro, desde os primeiros séculos, a Igreja celebra a festa da Epifania, ou seja, a visita dos Reis, também chamados de Magos ou Sábios, que foram adorar o Menino Deus.

Epifania, em grego, significa manifestação, ou também revelação esplendorosa.

De início, a festa celebrava-se no próprio dia de Natal. O mais antigo registro dela é do historiador romano Ammianus Marcellinus no ano 361.

Foi na Idade Média, precisamente no ano de 534, que a Igreja separou as duas festas para comemorá-las com mais pompa, e fixou o dia 6 de janeiro como da Epifania ou da Adoração dos Magos

A visita significou a manifestação de Nosso Senhor não somente aos judeus, mas a todas as nações da Terra, representados pelos Reis Magos.

Segundo a tradição seus nomes eram Melchior, Gaspar e Balthazar (habitualmente representado como preto). Segundo São Mateus, eles vieram do Leste de Jerusalém, o que leva a pensar que fossem patriarcas, ou reis, vindos da área cultural da Caldéia.

Os caldeus tinham grandes conhecimentos de astronomia, de ali que os Reis fossem também chamados de Magos, nome que no caso no contém nenhuma conotação desdourante, e também de Sábios.

Estrela guiou os Reis Magos. Giotto, detalhe.
Estrela guiou os Reis Magos. Giotto, detalhe.
Conta-se que eles pertenciam a estirpes de reis locais que tiveram a intuição de que o mundo, tendo chegado a uma situação de decadência sem saída, precisaria de um Redentor que haveria de nascer dos judeus.

Pelos seus cálculos astronômicos, o nascimento haveria de ser sinalizado por uma estrela no Céu.

A tradição passou de geração em geração nas famílias desses reis, até que cumpriram-se os tempos.

E a estrela anunciada apareceu e os guiou até Belém.

Eles levaram um rico cortejo e presentes preciosos para o Salvador da humanidade.

Como foi possível tanta ciência astronômica? Não houve também um auxílio sobrenatural? Qual?

É fato que a arqueologia revela que povos antiqüíssimos possuíam conhecimentos que hoje a ciência mais avançada recupera com ingentes e admiráveis esforços e imensas aplicações de dinheiro e tecnologia. A matéria é ampla e apaixonante demais para tratá-la agora. O faremos mais adiante.

Entrementes, eis como o episódio sagrado é descrito pelo Evangelho de São Mateus (2; 1-18):

São Mateus escreveu seu Evangelho divinamente inspirado
São Mateus escreveu seu Evangelho divinamente inspirado
1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.

3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.

4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.

5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:

6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as ci7dades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).

7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.

8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.

9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.

10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.

11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.

12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.

13. Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.

14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.

15. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).

Herodes ordena massacre dos inocentes. Notre Dame de Paris
Herodes ordena o massacre dos inocentes. Notre Dame de Paris
16. Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.

17. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:

18. Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)!
Aquelas infelizes, mas gloriosas vítimas do ódio a Jesus Cristo, rei de Israel e Redentor do mundo são lembradas pela Igreja como o Santos Inocentes.

A Igreja comemora os Santos Inocentes no dia 28 de dezembro.

Fonte: Orações e Milagres Medievais

Tranqüilidade sobrenatural e oração diante do Menino-Deus

Adoração dos Reis Magos, Giotto
Adoração dos Reis Magos, Giotto
No afresco do famoso pintor italiano Giotto (*), Nossa Senhora, segura seu Divino Filho no colo. Ela aparece sentada numa espécie de troneto colocado sobre um estradozinho ricamente atapetado, e ricamente vestida. Para receber os Reis, compreende-se que Ela se vestiu com aparato.

Atrás de Nossa Senhora aparecem um anjo, São José, santos e outras pessoas do Templo que o autor quis representar. Ou talvez sejam pessoas que no futuro contemplariam tal cena em espírito e em oração.

Um dos reis adora o Menino Jesus e osculando seus pés. Os dois outros monarcas estão tranqüilos, comprazidos em oração diante de Nossa Senhora e do Menino-Deus, vendo seu irmão na realeza, adorar o Divino Infante.

Estão contentes com tudo o que se passa, aguardando chegar a vez deles. Mas sem impaciência, com a tranqüilidade e a serenidade medieval, que exprimia bem a presença de Deus, o espírito e a graça divinos na alma desses personagens.

Logo atrás dos dois Reis, um pagem está freando ou subjugando o camelo, para que este não crie problemas. Esse personagem é um animalis homo, sem nada de sobrenatural, de tranqüilo e sereno. É um homem bruto, agitado e prestando atenção em tudo, de nariz pontudo, de olhos saltados e mandão. Está bem à altura de um tratador de camelos.

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