Celibato ou Matrimônio?
Num retiro sobre afetividade-sexualidade, um jovem se aproximou e perguntou: “Padre, estouem dúvida. O que faço? O que escolho? Celibato ou casamento?”. Olhando-o e, percebendo sua ansiedade, disparei: nem uma coisa, nem outra. A ordem é experimentar exageradamente o amor de Deus, aprofundar amizades em Jesus, e perguntar-se: ”Senhor, que queres que eu faça?”.
Explico-me. Percebo entre a juventude uma tendência muito complicada. Para evitar a tentação de cair em pecado, muitos jovens correm apressadamente para o casamento. Tudo seria maravilhoso se não estivesse por trás uma falta muito grande de amadurecimento afetivo-sexual e, principalmente uma falta de discernimento quanto ao seu verdadeiro estado de vida.
Há também, no coração de nossos jovens, uma grande pressão do “espírito do tempo”. Mora neles, a mentalidade do mundo que privilegia um modelo de afetividade-sexualidade hedonista, pornográfica, panfletária. Pe. Léo lembrava que os jovens são formados no caixote de uma sexualidade estragada. Precisamos quebrar essa corrente.
Primeiro: experimentar exageradamente o amor de Deus. Um jovem necessita antes, tocar um Deus que o ama profundamente. Urge promover esse encontro. Nossos afetos precisam encontrar-se com esse amor infinito. Como a Samaritana de Jo 4, temos absoluta sede de “Agua Viva”. Como a Samaritana, não conhecemos o dom de Deus e quem é que pede de beber. Quando conhecemos o Amor de Deus, algo muda dentro de nós. Deus é amor (cf. 1 Jo 4,8). Amor que deságua no Cântico dos Cânticos, “mais forte do que a morte”. É este amor verdadeiro, que prepara nossa afetividade-sexualidade para transbordar amor maduro, consciente, ativo.
Segundo: aprofundar amizades em Jesus. Sem amizades verdadeiras não haverá bons maridos e boas esposas, nem mesmo bons religiosos e celibatários. É absolutamente necessário incentivar amizades verdadeiras. Amizades amadurecidas em Jesus proporcionam base afetiva para relacionamentos saudáveis. Quem encontrou um amigo realmente encontrou um tesouro (cf. Eclo 6,14).
Terceiro: Discernir: ”Senhor, que queres que eu faça?”. Investindo em relacionamentos saudáveis, tocados pela certeza de um Deus que o ama, e tem um projeto de felicidade para com ele, nosso jovem passa a perguntar-se pelo que Deus espera deles. Ninguém deve decidir nada, principalmente seu estado de vida, sem antes perguntar-se pela vontade de Deus. Urge uma atitude permanente de discernimento. Ouvir a Voz de Deus. Ler seus Sinais. Deus fala sempre.
Estes três pilares trabalham a afetividade-sexualidade do jovem, e, coloca as bases para discernir seu estado de vida. Celibato ou casamento? Não! A sua VOCAÇÃO. Em maturidade o jovem percebe na própria vida se será feliz no celibato, ou no matrimônio. Tudo para glória e alegria de Deus.
Rezo por você. Bom discernimento!
Fique na paz de Deus!
Pe. Vicente, Comunidade Bethania
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