sábado, 7 de julho de 2012

Nossa Igreja


O verdadeiro significado da palavra Igreja.

 Origem etimológica da palavra Igreja.

Essa é a tradução do latim ecclesia, que por sua vez, traduz o grego ekklesia, tradução do hebraico qahal Jahwe, conforme a Septuaginta (1), significando o ato da reunião ou também a própria comunidade reunida.
No novo testamento, os cristãos, assim conhecidos e chamados pelos judeus em Antioquia pela primeira vez (Atos dos Apóstolos, 11, 26), empregavam a palavra Igreja em três sentidos:
- a comunidade reunida em alguma cidade, seja da Judéia, Galiléia ou Samaria (1 Cor, 1,2; 16,1; Atos dos Apóstolos 9,31),
- ou a assembléia eucarística (1 Cor 11,18; 14, 19),
- ou a Igreja espalhada por todo o mundo (1 Cor, 15,9; Gálatas 1,13; Atos dos Apóstolos 20,28).
De modo geral, a palavra ekklesia significa o novo, o verdadeiro Israel, a comunidade existente, o ato de reunir a comunidade e a própria comunidade reunida. A palavra tem, portanto, o significado de acontecimento e instituição.
Assim, cada vez que dizemos ou pensamos a Igreja estamos afirmando a comunidade de fé, a assembléia de todos os cristãos. De acordo com o sentido etimológico da palavra, está errado dizer ou pensar que a Igreja são apenas os padres, os religiosos, as religiosas, ou mesmo o templo ou a casa construída para oração e reunião da comunidade. Na verdade, todo o batizado é a Igreja, no sentido de que, pelo batismo, todo o cristão começou a integrar a comunidade de fé.


(1) A Septuagésima ou Setenta (do latim septuaginta, setenta) é o nome comumente dado à versão grega do Antigo Testamento, feita no período pré-cristão. Mais tarde, Orígenes (+254 d.C.) fez uma revisão da mesma.  



A origem divina da Igreja.

A Igreja de Jesus nasceu com o “sim” da Virgem Maria, quando da anunciação feita pelo Arcanjo Gabriel. A Lei e os Profetas atestam o caráter divino com que Deus prenunciava a formação da Igreja a partir da Encarnação do Verbo.
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 Quando a Santíssima Virgem deu seu “sim” nascia ali a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo a Virgem a primeira co-participante da obra de Redenção da humanidade.
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Maria foi a primeira seguidora do plano de Deus e primeira discípula de seu Filho, foi a primeira pessoa a crer em Jesus, como o Filho de Deus e o Salvador da humanidade. Sua resposta ao anjo não foi algo mágico ou passivo, mas um ato de coragem, de fé profunda e de disponibilidade a Deus, a serviço da humanidade.
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Quando, no Calvário, Jesus disse: “Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe.” Maria recebeu de seu Filho a anunciação de sua maternidade: Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus. Tendo Deus como Pai, Jesus como Filho de Deus, nosso irmão e amigo, e Maria por Mãe, o povo de Deus (Igreja) sente-se como uma família. E, através da evangelização, a Igreja gera novos filhos, e nesse parto sempre renovado Maria é nossa Mãe. Ela intercede com amor materno, pelos irmãos de seu Filho que ainda estão na luta desta vida. Com compaixão, misericórdia e bondade, intercede junto a seu Filho, como o fez em Caná da Galiléia.

Missão divina da Igreja.

 A Encarnação e a Redenção operadas pelo Verbo tiveram por fim restabelecer a ordem e dar a possibilidade de salvação a todas as almas de boa vontade. A finalidade da Redenção sempre foi, é (lembre-se que o Santo Sacrifício se repete sempre em cada missa!) e será arrancar as almas a Satanás homicida, para restituí-las a Deus Criador, Salvador e Santificador.
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Com a Redenção, então, consolida-se a Igreja, Sacramento de salvação, e na Igreja, o sacerdócio, para formar, por seu intermédio, os colaboradores de Cristo, que devem constituir a coluna vertebral do Seu Corpo Místico.
Com a morte de Cristo na cruz e com sua ressurreição, estava terminada a obra da redenção: “Está tudo consumado”. No entanto, restava ainda aplicá-la a cada indivíduo em particular. Esta é a obra de santificação, tarefa que a Igreja tem de cumprir através dos séculos. Esta missão da Igreja, São Paulo a vê figurada na grandiosa metáfora de ser Cristo a cabeça a qual todos devem ser incorporados como membros, para receberem a vida divina que se irradia de Cristo como cabeça.
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Para esse fim, foi-lhe confiado o tríplice ministério: doutrinal – de ensinar; sacerdotal – de santificar; e pastoral – de governar.
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À Igreja cabe levar os homens à eterna bem-aventurança. Não se trata de um reino terrestre. Saliente-se que não lhe foi dado o poder nem a incumbência de regular negócios deste mundo. Estado e Igreja são sociedades individualmente perfeitas e supremas, cada qual autônoma no que lhe compete. O Reino de Deus é o Reino dos Céus: “Meu reino não é deste mundo”.
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A Igreja distingue-se de todas as outras sociedades humanas pela sua organização, enquanto sociedade perfeita, onde o humano e o divino se encontram, se entrelaçam e se fundem de modo que se diferencia, se distingue e se eleva acima das famílias, dos povos, das outras sociedades humanas, precisamente por causa da sua natureza misteriosa, que tem por fim guiar e orientar os povos, através da luz das suas verdades das quais é a depositária e guardiã, pelo caminho da salvação eterna. Nenhuma outra sociedade, fora da Igreja, tem uma missão igual e, conseqüentemente, uma igual dignidade e ação salvadora. Mas que fique bem claro: a grandeza da Igreja não tira a sua origem do fausto, da riqueza, da pompa, do exterior, mas sempre e unicamente do mistério da sua natureza humana e divina, da sua missão no mundo, que consiste em guiar os homens e os povos para a pátria celeste do Paraíso.


Organização da Igreja

Primado e Episcopado

   Jesus Cristo instituiu a Sua Igreja sobre o fundamento dos Apóstolos (Ef. 2, 20) escolhendo doze à maneira de colégio ou grupo estável (Lc. 6, 13) com poderes especiais (Mt. 18, 18). A um em particular, Simão Pedro, constitui a Rocha da Sua Igreja, prometendo-lhe as “chaves do Reino” e amplos poderes (Mt. 16, 18-19) e a ele, após a Ressurreição, confere o Primado sobre todo o rebanho da Igreja (Jô, 21, 15-17).

   
No Pentecostes (50 dias depois da Páscoa), Maria estava junto aos apóstolos rezando com eles, fortalecendo-os e alimentando sua esperança. Após a descida do Espírito Santo em Pentecostes, a Igreja inicia sua atuação como missionária para proclamar o Reino de Cristo até os confins da terra (At. 1, 8). Veja bem: a Igreja nasce com o sim de Maria, consolida-se com o sacrifício de Jesus na cruz, e começa a atuar através dos apóstolos após o Pentecostes. 

   
A atuação dos apóstolos e discípulos de Jesus, a partir de Pentecostes, consiste em:

   
1º) Pregar o Cristo Ressuscitado: os apóstolos iniciam a propagar o grande anúncio: “Jesus, que foi crucificado, está vivo e por isso Ele é o Cristo, o Senhor”. Esta era a Boa Nova (Evangelho) anunciada e testemunhada pelos Apóstolos.

   
2º) Celebrar o Batismo: todos aqueles que estavam dispostos a aderir ao Cristo vivo e ressuscitado eram batizados. Pelos testemunhos do primeiro século de cristianismo, sabemos que, aos poucos, os candidatos ao batismo eram longamente preparados, através de um curso chamado Catecumenato e os batizados eram sempre celebrados na noite de Páscoa.

   
3º) Formar comunidades: havia uma consciência muito clara de que o batizado deveria estar inserido em uma comunidade. A partir da convivência com Jesus, os apóstolos sabiam que não existe “cristão avulso”, isto é, que não pertença a nenhum grupo ou comunidade.
Portanto de instituição divina são apenas o Episcopado e o Primado do Papa. É pela conservação dessas instituições que o catolicismo se legitima como Igreja de Jesus Cristo.

   
Só ela recebeu de Cristo o mandato e os meios de levar os homens à felicidade eterna, mandato, este, expresso nas passagens bíblicas sobre o primado de São Pedro, onde se lê: “Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam”. (Mt. 16, 18).

   
Instituição e continuidade do Episcopado.
(Convocando os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre os demônios, assim como poder de curar as doenças. E os enviou a proclamar o Reino de Deus e curar os doentes. Luc. 9, 1-2)

   
À testa da Igreja primitiva estão os apóstolos, sob a chefia de São Pedro. Os apóstolos recebem jurisdição, não da comuna, mas do próprio Cristo. Apóstolo quer dizer “mensageiro”. Nas antigas comunas cristãs existiam, também, mensageiros que, com a devida legitimação, faziam o serviço de estafetas entre as várias igrejas.

   
Os apóstolos, porém, são mensageiros de Cristo. Não dos homens, mas de Jesus Cristo e de Deus Pai é que São Paulo diz ter recebido a sua missão (Gál. 1, 12; Cor 5, 20). O primeiro requisito para a missão apostólica não eram os carismas mas a missão recebida em nome de Cristo. Representantes que são de Cristo, devem prosseguir com a obra de Cristo: “Assim como o meu Pai me enviou, eu vos envio a vós” (Jo 20,21). Cristo envia-os com a incumbência de continuar a sua obra: “A mim foi dado todo o poder, no céu e na terra. Por isso, ide e ensinai a todos os povos” (Mt 28, 18). E Cristo, por sua vez, toma como própria a missão dos apóstolos: “Quem vos ouve, a mim me ouve. Quem vos repele, a mim é que repele” (Lc 10, 16). 

   
Os apóstolos instituíram quem lhes sucedesse, sagrando Bispos pela imposição das mãos e pela oração, exortando-os: “Atendei por vós e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos instituiu Bispos, para governardes a Igreja de Deus” (At 20, 28).

   
A continuidade do apostolado também se deduz, necessariamente, da missão que cabe à Igreja, de transmitir à humanidade inteira as graças da redenção. Portanto, até a consumação dos séculos deve haver “mensageiros de Cristo” que perpetuem a sua obra e administrem os seus mistérios: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20).

O Primado Papal.


   
Diz-se primado (do latim, primeira sede) para indicar o ofício de Pedro como chefe dos Doze e, como conseqüência, de toda a Igreja. O primado de Pedro foi transmitido aos seus sucessores, ou seja, ao Papa, como Bispo de Roma, pois foi a Igreja fundada pelo apóstolo Pedro e onde ele foi martirizado. O primado do Papa é de jurisdição e não apenas honorífico por comportar uma real autoridade no governo de toda a Igreja, como direito e dever oriundos de Jesus Cristo.

   
Como instituição viva e contemporânea, fundada por Jesus Cristo, a Igreja católica aparece, desde a sua origem, não só como Igreja Episcopal, mas também como Igreja Papal.

   
O primado confere o poder e o direito de reger a Igreja de Deus. O Papa é o supremo legislador, juiz e administrador da Igreja universal. O Papa recém eleito recebe, diretamente de Deus, jurisdição e poderes.
Para o Papa não existe sagração ou ordenação especial. A sagração de Bispo é o supremo grau das ordenações. O primado outorga ao Papa uma jurisdição verdadeiramente episcopal sobre a Igreja inteira.



 fonte: Maria Mãe da Igreja.

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